Acabei de ler o novo livro de José Saramago. Agradável e de fácil leitura. Muito longe da dificuldade de consumo das intermináveis descrições do Memorial do Convento.
Ficha de viagem
MEMÓRIAS DE VIAGENS Uma adaptação do verso de Fernando Pessoa, cantado por Caetano Veloso, acompanhando algumas viagens encantadas.
Acabei de ler o novo livro de José Saramago. Agradável e de fácil leitura. Muito longe da dificuldade de consumo das intermináveis descrições do Memorial do Convento.
Ficha de viagem
Estive recentemente a pesquisar viagens para Paris. Atualmente quando se fala em percursos desta distância associamos logo ao avião.
Há quem diga que não é correcto aproveitar as viagens de serviço para, adicionalmente, gozar férias. Qual é o problema de ficar mais uma semana num local para onde nos deslocamos por motivos profissionais, se tal atitude não acarretar custos para o serviço? Pelo contrário: o facto de se ficar mais tempo em determinado local pode mesmo embaratecer o custo final do transporte.
Foi o que fiz neste caso: um Congresso de cerca de alguns dias permitiram uma visita por algumas regiões do Centro e do Sul desse comprido e contrastante país que é o Chile.
Partimos no final de Novembro. Com o decréscimo da latitude, passámos do frio e chuva para o tempo quente. Mais de 13 horas num Airbus A240 levaram-nos de Madrid a Santiago do Chile, sobrevoando o Atlântico, o Brasil e os Andes. Uma viagem longa mas largamente compensada pelo vislumbrar da cadeia montanhosa dos Andes, nevada e sinuosa. Não foi tarefa fácil para o piloto aterrar num aeroporto cuja altitude não é muito superior ao nível do mar, proveniente de uma zona de montanhas com altitude superior a 4-5.000 metros.
Santiago do Chile é uma cidade aprazível, simpática e com uma grande carga emotiva devido ao golpe de Estado ao governo democraticamente eleito de Salvador Allende, perpetrado pelo ditador Augusto Pinochet, que aconteceu num famigerado 11 de Setembro, em 1973.
Aproveitei conhecimentos dos Serviços Florestais para visitar 3 locais que considerei importantes, tendo em conta o tempo disponível. Comprei um passe de avião que me permitiu efectuar 3 viagens e visitar 3 regiões de grande importância paisagística, natural e cultural do Chile. Numa primeira fase visitei o eixo entre Santiago e Valparaíso, depois, deslocando-me mais para sul, a região de Puerto Montt e a ilha de Chiloé e finalizei pelo extremo sul, celebremente conhecido por Patagónia chilena e administrativamente por XII região. Em cada um destes locais contactava com o responsável ou um técnico da CONAF (Serviços Florestais Chilenos) o qual, na maior parte dos casos, me recebia amistosamente e indicava os locais mais interessantes e que deveriam ser visitados.
Visitámos Viña del Mar (local do Congresso) e Valparaíso, cidades costeiras que convivem com o oceano revolto do Pacífico. Raúl, um colega que também participou na Conferência, foi um guia incansável e abriu o seu país a um estrangeiro desconhecedor das belezas da América do Sul.
Após uma curta viagem aérea entre Santiago e Puerto Montt, na X região administrativa (Los Lagos) deste país com mais de 3.000 km de comprimento, iniciei a visita no local onde o país começa a fugir para o mar, desfazendo-se em ilhas, baias, penínsulas, estreitos e glaciares. Puerto Montt é uma pequena e pesqueira cidade com o vulcão Osorno em fundo.
Utilizando o autocarro, barco e automóvel de funcionários dos Serviços Florestais, percorri a ilha principal do arquipélago de Chiloé, com o seu Parque Nacional caracterizado por uma floresta sempre verde e viçosa, consequência do clima quente e húmido. As pequenas localidade de Ancud (ponte de entrada na ilha grande de Chiloé) e de Castro (cidade principal) foram visitadas com recurso a locomoção própria: a planura da ilha permite percursos pedestres muito interessantes. De salientar a igreja/catedral de Castro com as suas cores exóticas e as aldeias piscatórias palafitas.
Experimentem os pratos típicos: uma sopa com galinha batata, peixe e marisco apresentou-se como uma iguaria única, aparte a estranha mistura de ingredientes.
Próximo percurso: Puerto Montt --> Punta Arenas, capital da Patagónia Chilena. A cidade de maior latitude sul, fundada em 18 de Dezembro de 1848, é bastante colorida, com edifícios planos e constantemente varrida pelo vento. Recordo-me que no porto, em pleno Estreito de Magalhães, muito dificilmente uma pessoa conseguia ficar em pé, sem se agarrar a algo fixo.
Algumas recordações desta cidade austral:
- Um tipo qualquer que se encontrava num dos miradouros da cidade ofereceu-me para prova de gustação algo que vim a perceber ser o recheio de um ouriço-do-mar.
- A estátua a Fernão de Magalhães exposta numa das praças é uma réplica perfeita da existente na nossa lisboeta Praça do Chile.
- Pessoal muito simpático e hospitaleiro.
E não esquecer o Guia dos Guias: LonelyPlanet.
Ficha de viagem
Países: Chile
Cidades/locais visitados: Santiago do Chile, Valparaíso, Viña del Mar, Puerto Monte, Ilha de Chiloé, Punta Arenas, Puerto Natales, Parque Nacional de Torres del Paine.
Meios de transporte utilizados: Avião, Barco, Autocarro, pickup
Data de início: Novembro de 1998
Data de Fim: Dezembro de 1998
Tempo de permanência: cerca de 15 dias
Mapa:
"Cruzeiros são actividades turísticas para velhos". Uma frase facilmente rebatida depois de lerem este texto.
Ficha de viagem
País: Espanha, França, Mónaco, Itália, Tunísia, Andorra
Cidades/locais visitados: Salamanca, Tordesilhas, Burgos, Lérida, Andorra, Salou, Tarragona, Barcelona, VilleFranche-sur-Mer, Mónaco, Pisa, Florença, Roma, Nápoles, Pompeia, Túnis, Cartago
Meios de transporte utilizados: Automóvel, Barco, Comboio, Autocarro, Táxi
Data de início: 21de Dezembro 2007
Data de Fim: 2 de Janeiro 2008
Tempo de permanência: 13 dias
Mapa:
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Reservei um dia para Marraquexe. Cerca de 300 km distam esta cidade de Casablanca, os quais são facilmente calcorreados em comboios razoavelmente rápidos e confortáveis e a preços módicos (165 dh ida e volta, aproximadamente 15 euros). Uma cidade mais desafogada, com largas avenidas, prédios recentes, vegetação luxuriante e sempre aquela cor ocre que a caracteriza. A estação de comboios fica a cerca de 3-4km da praça central Djemaa El-Fna, mas o percurso faz-se bem a pé. Até porque é andando que se visitam estes maravilhosos locais. Nesta praça é essencial subir a uma das esplanadas que ficam nos terraços dos edifícios vizinhos e saborear à distância todo o rebuliço dos actores, encantadores de serpentes, domadores de macacos (esta actividade é de desincentivar), vendedores de fruta, acompanhado por um chá de menta (the a la menthe). Regressar à estação pelo interior da Medina, muito mais colorida e recheada que as de Casablanca e de Rabat.
Se tiveram de viajar de táxi, e para evitar dissabores no final, questionem sempre inicialmente do valor do serviço. Os "petit taxi" são curiosos. Normalmente viaturas ligeiras de baixa cilindrada (fiat punto e similares) transportam todos os que aparecem no percurso e que terão destinos semelhantes. Nunca percebi como é feita a divisão do pagamento do serviço. Andei num carro com mais de 600.000 quilómetros, praticamente sem faróis, a porta não fechava e o motorista parou durante a viagem para... meter combustível. Por vezes o automóvel ia abaixo, não sei se por problemas mecânicos se propositadamente para poupança de combustível
Outros aspectos interessantes e práticos a reter: