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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Norte de Marrocos, maio de 2024


Alguns anos depois e poucos após a viagem cancelada devido à COVID, regressámos a Marrocos.

Nova rota da Ryanair. Lisboa - Tânger veio substituir a anterior, Lisboa - Fés, entretanto terminada.

Chegámos pelas 23:30 de 3 de abril d  2024 ao pequeno aeroporto da cidade magrebina. Placa com dois aviões e despacho fronteiriço rápido eficiente.


Reservamos com o hotel o transfer por taxista por eles acionado e, naturalmente, com preço previamente definido. Nenhuma placa com o nosso nome à chegada. O taxista, sem qualquer remorso e um sorriso nos lábios, chegou 1 hora e meia depois do combinado. Chegámos à nossa querida e bem amada África. 😊

Reservámos desta vez um bom hotel, embora com preço compatível com o custo de vida do país. Pestana hotels em Portugal é sinónimo de qualidade e conforto. Chegar ao quarto depois da 1 da manhã e não ter toalhas para um banho reconfortante não pontuou. Depois de várias insistências, lá nos entregaram 1 toalha e 1 robe. A responsável pelo equipamento estava ausente mas no dia seguinte, logo de manhã, os apetrechos requeridos seriam entregues. 

Manhã seguinte e nada. Só quando regressamos da visita á cidade, no final do dia, é que finalmente conseguimos as almejadas toalhas. Pessoal sempre simpático e colaborante mas o acesso ao armazém das toalhas não era de todo a função deles. 🙂


Tânger. Cidade por onde passaram vários Estados conquistadores entre os quais Portugal. Cosmopolita. Conversas  em árabe, espanhol, francês e inglês são habituais, mas a densidade de turistas é bastante inferior á de  Marraquexe. 


Urbe simpática e com algum dimensão. Medina em zona alta, mais aberta do que as congéneres de Casablanca ou Marraquexe, anteriormente protegida pelas muralhas do casbah e da cidade.


Kebdani. Ótimo restaurante localizado no interior da medina, bem decorado e aromático, onde o empregado, por cada abordagem aos clientes ou entrega de pratos repetia um simpático e desdentado "soyez bien venues".


No final da tarde decidimo-nos  aproximar da costa norte, um pouco mais longe do centro da cidade, junto aos túmulos fenicios, local de passeio de tangerinos (será mesmo este o termo?), que se sentavam nas bordas das sepulturas abertas na pedra, com as pernas para o interior, a ver o mar, o trânsito dos barcos de pesca  e a costa espanhola.


Parámos no restaurante/café Haffa, onde os empregados transportam em armações metálicas os aromáticos chás de menta, em bateria,  pelos vários socalcos do anfiteatro pleno de mesas e cadeiras, inclinados sobre o mar policromático e onde os ruidosos marroquinos descansam os corpos e as mentes das agruras da semana. Ao longe as colunas de Hércules onde o décimo trabalho foi cumprido.


Visita a Chefchaouen. Pequena vila no interior do Rife, a pouco mais de 100 km ao sul de Tânger, deve o seu nome às palavras "olhas para os picos das montanhas". Chefchaouen. Chaouen para os amigos. A cidade azul.


Ocupada inicialmente por árabes, mouriscos e judeus, nos idos anos de 1400 e tal, foi um ótimo local para esconder pessoas dos problemas gerados pelas conquistas e sociedades da altura. E de lá realizavam incursões para desestabilizar os portugueses que recentemente tinham conquistado Ceuta. 


Vila com muito turismo de cidadãos marroquinos. Encastrada entre as montanhas do RIfe e um aberto vale a poente, obriga o visitante a permanente esforço de subida ou descida das suas íngremes ruas. 


Através de um site de passeios culturais, integrámos a visita guiada de Ali, um marroquino-espanhol de farta barba e cabelo comprido, nascido naquela montanhosa região. Com ele  aprendemos que na medina só devemos utilizar as "callas"  e não "callejons" porque estas não têm saída; que as portas das casas cuja parte superior se desenvolve em arco, dão acesso a várias casas de diversas famílias enquanto se for linear correspondem a um única família; e que a cor azul turquesa das paredes, característica da vila,  umas mais intensas e outras menos,  deve-se tão só á inclusão de um corante á cal trazida pelos mouriscos de terras andaluzes. 



Sentados numa esplanada da praça Ibe El Hamman, a fazer tempo para a partida do CTM de regresso a Tânger, observamos maravilhados o cenário montanhoso, recortado pelo perfil das muralhas, casario e mesquitas, acompanhado por músicas e danças marroquinas. Apetecia ficar ali para sempre. 


Preparar o regresso a Portugal não sem antes provar outras variedades de Tajine e Couscous, bolos típicos e chamuças. A viagem para o aeroporto foi de autocarro. Um autocarro cuja paragem mais perto do aeroporto fica a mais  de 2 km. Mais perto só de táxi. A diferença de lreco está entre 50 cêntimos e 20 euros, está última hipóteses no grand táxi. 


Adeus Marrocos e até breve.

domingo, 28 de novembro de 2021

Marrocos abortado


Decidido. No final de Novembro viajarei  para Marrocos. A oportunidade de visitar as duas últimas cidades imperiais marroquinas que  faltam: Fés e Meknès.

Consulta da app da Ryanair. 19,90 euros ida e volta a partir de Lisboa, para Fès, antiga capital Marroquina. Um achado. Mais barato que a viagem de comboio até ao aeroporto. Comprado!! 

Sendo a cidade do mundo,  com o maior labirinto construído, onde não circulam viaturas, irei privilegiar a visita à Medina de Fés, várias vezes capital marroquina e fundada no século IX. E associando o útil ao agradável, o alojamento será numa casa tradicional no centro daquela antiquíssima e caótica urbe: Riad Dar Layali Fez


Feito! 4 dias numa das mais interessantes zonas de Marrocos, por pouco mais de 70 euros, incluindo viagem aérea e estadia com pequeno almoço. 

Inicia-se então o pesadelo. O nosso amigo Sars-COV2 obriga as autoridades magrebeanas a exigir aos visitantes, para além do extenso e habitual formulário sanitário do viajante, também um teste PCR, e posteriormente a obrigação de exame médico, visual e teste antigénio, no aeroporto. Esta brincadeira dos testes simplesmente duplicava o preço da viagem. Feitas as contas, pelo preço resultante, ainda era um achado, apesar de, entretanto, o valor da viagem ter reduzido 50% (sim,  um voo de Lisboa a Fés, ida e volta, baixou para 10 euros)

Na semana da partida, uma constipação mal curada apresentou sintomas semelhantes à COVID. Brufens e anti-histamínicos não foram suficientes para debelar a maleita. Teste COVID prescrito pela médica do centro de saúde deu negativo. Mas na véspera da viagem os sintomas mantinham-se. E para evitar incomodar os passageiros e as solícitas  comissárias de bordo, e também para não fazer de turista zombie com uma carraspana ás costas, cancelei a viagem. Fiz bem porque, como se vê pelas condições de check in (que  apesar de tudo efetuei), qualquer passageiro que se apresente na porta de embarque a disparar espirros e  germens da glote é imediatamente aplacado e transportado para o hospital mais 
próximo (que, a propósito, até é o Júlio de Matos...). 


 

(não serão estas exigências inconstitucionais???... 😒 )

Conclusão: uma não-viagem, cheia de peripécias que, após cancelamento da reserva do Ryad (resignadamente e de forma simpática aceite pelos proprietários) e da marcação do teste PCR, ficou por uns módicos 19,90 euros. 

Fica na lista de espera, para um futuro próximo.  ✋


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Marrocos central IV

 E finalmente o Atlas e as portas do deserto.


Na impossibilidade de utilização de um transporte público para atingir e visitar no mesmo dia Ouarzazate http://goo.gl/maps/Y5dd, optei por contratualizar uma viagem numa agência http://www.imzi-tours-travel.com/sejour-au-maroc.html. Iniciei o contacto a partir de Portugal. Quando cheguei ao balcão, já em Marrocos, perguntei pelo senhor X. E não é que o senhor X da troca de correio eletrónico era uma bela moçoila marroquina, digna da companhia de Sílvio BerlusconiGafe!!!!

O passeio foi agradável, percorrendo as estradas serpenteantes do Alto Atlas. Aldeias camufladas nas encostas atraiam as máquinas fotográficas dos turistas ávidos de exotismo. Um motorista razoavelmente cuidadoso, transportou uma miscelânea internacional de turistas: 3 portugueses, 1 brasileiro, 1suíça, 1 venezuelano, 1 francesa, 1 espanhola.

Impressionante as matizes dos horizontes sobrepostosÓtimo local para estudantes e professores de geologia.

Ouarzazate é uma nova cidade insípidacaracterizada pela acumulação de estúdios de cinema, locais onde foram rodados filmes como o Gladiador e Astérix e a Cleópatra.

Kashba de Aït-Ben-Haddou http://goo.gl/maps/eWVW não deixa de ser interessante, embora a carga turística deturpe o cenário.

Um tajine de frango, bem temperado com especiarias e limão, e algo mais, foi responsável por uma quase intoxicação de caixão-à-cova. Último evento assinalável antes de regressar à cidade do Porto, através do mercado ambulante denominado Ryanair.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Marrocos central I

E no dia 13 de Janeiro lá segui para Marraquexe. Comboio até ao Porto e depois metro direto para as instalações do Aeroporto (uma comodidade que Lisboa não tem nem provavelmente nunca terá).

Só uma nota: a viagem Porto-Marraquexe demora menos tempo que o percurso de comboio Porto-Entroncamento (mesmo num comboio rápido) e custa poucas dezenas de euros mais (e bem pesquisado até pode ser mais barata)!!!


Chegada a Marraquexe durante tarde. Calor e Sol a distribuir por todos os turistas no norte da Europa ávidos por umas radiações UV aconchegadoras.
Plano definido e cumprido: primeiro dia, de chegada, serviu para ambientação e recordação dos ex-líbris da cidade; segundo dia, visita a Agadir, aproveitando a viagem para apreciar a variabilidade da paisagem, orografia e vegetação; terceiro dia, perdi-me pelos meandros da Medina de Essaouira, antiga Mogador; quarto e penúltimo dia, percurso até Ouarzazate, passando pelo Alto Atlas e AIT Benadour; último dia para preparação do regresso porque o avião partiu no início da tarde.

Marrocos central III

 



No terceiro dia avancei para aquilo que pensei ser a Nazaré de Marrocos. Essaouira, Mas não, como poderão ver pelas seguintes fotos.








Uma cidade muito agradável que mantém uma interessante harmonia entre o porto e a zona urbana cercada por muralhas de várias épocas históricas. As ilhas de Mogador e vizinhas estão sempre presentes em qualquer visita pelo limite costeiro da cidade. O local ideal para se adquirirem recordações, particularmente o artesanato em madeira de Tuya e outras espécies. Apreciem a luz do final do dia sentados numa das esplanadas da praça principal. Relaxante.






A camioneta de Marraquexe é também o meio mais acessível (tempo e custo) para chegar a esta cidade costeira a menos de 200km de distância.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Novamente Marrocos

 Partida para Marraquexe e arredores em contagem decrescente!! :-)


230euros incluindo voo Porto-Marraquexe e volta, hotel com meia pensão, durante 5 noites, não parece desproporcionado.😁

Curiosidade: o voo Porto-Marraquexe e volta foi mais barato que a viagem de comboio Entroncamento-Porto e volta.  🤔

Sem a confusão da época estival vai certamente haver uma maior possibilidade de visitar a cidade, Ouarzazate, o famoso kashba Ait Ben Haddou, Agadir e Essaouira. A ver vamos se há oportunidade para tudo.




domingo, 9 de novembro de 2008

Escapadinha a Marrocos

 


 que nos temos de mentalizar quando visitamos um país do Magrebe (ou outros) é de que não podemos olhar os comportamentos dos visitados à luz dos valores ocidentais. Algo que automaticamente conotariamos como negativo, deve ser considerado simplesmente como DIFERENTE. O trânsito caótico e a difícil interacção entre as viaturas e os peões, por exemplo, pode ser um bom motivo para revivermos Lisboa dos anos 70 onde as passadeiras para transeuntes era coisa rara e tínhamos de fintar as viaturas para chegar inteiros ao outro lado da rua. Reviver a juventude.

Gozemos então o prazer que nos pode dar a visita este país maravilhoso que é Marrocos, despidos de preconceitos e de falsos orgulhos sociais.



Tudo começou com uma noticia de um novo voo da TAP para Casablanca: 65euros, ida, várias vezes por semana. Consultei a minha agência viagens "oficial" Logitravel (recomendo vivamente) e consegui um pacote por 233 euros (viagem, taxas, Hotel 4*, com meia pensão).

Aconselho o Hotel onde fiquei em Casablanca. Os preços são muito inferiores aos constantes no preçário do sítio, caso sejam contratualizados através de uma agência de viagens. Fica no centro e o serviço e razoável.

Casablanca é uma cidade muito pouco característica, com carência de pontos de interesse. Aconselho a mesquita Hassan II, acabada de construir no início dos anos 1990 e com um minarete de mais de 200 metros de altura. A localização junto ao mar, os tectos de abertura mecânica, e os trabalhos em madeira e em mármore são outros motivos para a visita. A visita guiada é cara para o que mostram: somente o salão principal da oração e algumas salas anexas (impressionante a sala de lavagens no piso inferior do salão principal de orações) e não se sobe ao minarete (12 euros).
Medina não tem um interesse por aí além: ruas mais largas que o costume e souk pouco característicos.

Quem está em Casablanca chega facilmente, através de comboio , à capital Rabat. Após uma hora de viagem, com saídas frequentes, chegamos a uma cidade mais cosmopolita e mais motivos de interesse. Aconselho a saída da estação e seguir a avenida principal em direcção a ocidente, passar a Medina, atravessar o cemitério e chegar ao mar. Regressar pela fortaleza/kashba junto ao rio (Oudayas) que separa Rabat da vizinha cidade de Salé.





Reservei um dia para Marraquexe. Cerca de 300 km distam esta cidade de Casablanca, os quais são facilmente calcorreados em comboios razoavelmente rápidos e confortáveis e a preços módicos (165 dh ida e volta, aproximadamente 15 euros). Uma cidade mais desafogada, com largas avenidas, prédios recentes, vegetação luxuriante e sempre aquela cor ocre que a caracteriza. A estação de comboios fica a cerca de 3-4km da praça central Djemaa El-Fna, mas o percurso faz-se bem a pé. Até porque é andando que se visitam estes maravilhosos locais. Nesta praça é essencial subir a uma das esplanadas que ficam nos terraços dos edifícios vizinhos e saborear à distância todo o rebuliço dos actores, encantadores de serpentes, domadores de macacos (esta actividade é de desincentivar), vendedores de fruta, acompanhado por um chá de menta (the a la menthe). Regressar à estação pelo interior da Medina, muito mais colorida e recheada que as de Casablanca e de Rabat.


Se tiveram de viajar de táxi, e para evitar dissabores no final, questionem sempre inicialmente do valor do serviço. Os "petit taxi" são curiosos. Normalmente viaturas ligeiras de baixa cilindrada (fiat punto e similares) transportam todos os que aparecem no percurso e que terão destinos semelhantes. Nunca percebi como é feita a divisão do pagamento do serviço. Andei num carro com mais de 600.000 quilómetros, praticamente sem faróis, a porta não fechava e o motorista parou durante a viagem para... meter combustível. Por vezes o automóvel ia abaixo, não sei se por problemas mecânicos se propositadamente para poupança de combustível

Outros aspectos interessantes e práticos a reter:



  • Apanhei o euro com a seguinte taxa de conversão para o Dirham: 1 euro - 0,09 dirham (aproximadamente um décimo, o que facilita as contas)

  • Utilizem ao máximo o comboio: barato, cómodo e quase sempre pontual.

  • Experimentem o restaurante Iamine junto ao mercado de Casablanca. Peixe frito e marisco (que se comem à mão), lambuzados em molhos diversos e uma salada mista e bebidas, por cerca de 9 euros.

  • As compras de material artesanal devem ser guardadas para Marraquexe, se lá tiverem oportunidade de ir. Experimentem o souk e nos arredores da praça El Fna.

  • Guias da LonelyPlanet sempre.

Interessante técnica para negociar aquisição de artesanato (esta situação aconteceu realmente):

Chegar, começar a olhar e esperar pelo primeiro contacto do vendedor:
Vendedor: Olá amigo. De onde vens? Portugal? Terra do Figo. Interessa-te a mala?
Respondo: É bonita. Quanto custa?
- 35 euros. É artesanato manual e muito boa qualidade. (reparem que a partir deste momento o vendedor abstem-se de apresentar propostas de preços, sendo o comprador o único a licitar)
- Valor muito elevado. Não tenho dinheiro suficiente para tal.
- Quanto ofereces?
- Bem. Segundo as minhas possibilidades não posso dar-te mais de 5 euros.
- 5 euros?? eeeeh. Isso não paga nem o material. Vê bem produto. Alta qualidade, etc. etc. Quanto ofereces mais?
- Dou-te 7,5 euros e não posso dar mais. Sabes que eu não sou francês. Eles têm muito dinheiros. Nós os portugueses não. Por isso não posso subir mais que isto.
- É muito pouco. Não posso aceitar.
- Pronto. É pena mas não posso mesmo dar mais. Obrigado. (e manifesto intenção de abandonar o local, iniciando a caminhada ao longo da rua do souk)
- Não. espera! Qual é a tua última proposta?
- 9 euros.
Ok. Toma. Mas não paga sequer o material e o trabalho é artesanal.
(tirei da carteira os dirhams correspondentes deixando visíveis os cartões bancários)
- Então não tens dinheiro mas tens muitos cartões, ehem? (rindo-se e mostrando os dentes todos cariados).
Separámo-nos com um aperto de mão, selando a amizade comercial entre Portugal e Marrocos.

O guia da LonelyPlanet de Marrocos tem um artigo muito interessante que dá indicações sobre a forma cordial e correcta de negociações deste tipo.


Ficha de viagem
País: Marrocos
Cidades/locais visitados: Casablanca, RabatMaraquexe
Meios de transporte utilizados: Avião, Comboio, Táxi
Data de início: 5 de Novembro 2008
Data de Fim: 8 de Novembro 2008
Tempo de permanência: 4 dias
Mapa: