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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Asterix poliglota


 


Numa passagem rápida pela FNAC comprei o último álbum de Asterix.
Quando cheguei a casa e me preparei para o saborear reparei que na capa, antecedendo o  nome do novo autor Ferri, surgia a palavra TESTO e, antecipando o nome do desenhista Conrad, constava a palavra DEZEINHOS.
Primeira conclusão apressada, com um sorriso de escarnio: então não é que estes gajos  da editora publicaram  uma impressão com erros?
Numa passagem rápida pelos quadrinhos do interior do livro constato que o texto estava escrito numa língua que não o português. -- Talvez espanhol, presumi sem grandes raciocínios. Mais um engano!!
Quando inicio a leitura cuidada e atenta da obra, como aliás faço com todos os álbuns destes nossos heróis, verifiquei que na página que mostra o mapa da Gália com o enclave dos irredutível gauleses rodeado por guarnições romanas constava o seguinte texto:
"Stamos an 50 antes de Jasus Cristo. Toda a Gália sta adominada puls romanos... Toda? Nó! Ua aldé chena d'eirredutibles gouleses rejiste inda e siempre al ambasor. I la bida num ye fácele pa las guarniçones de lhegionairos romanos de ls acampamientos..."

Quando sair o próximo álbum original faço questão de comprar, para além da versão em Mirandês, também o livro no dialeto Minderico.    ☺☺


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O périplo raiano

 Depois de centenas de passagens pela A23 e na EN paralela, e olhar à distância, cobiçoso, para o monte monolítico, decidimos hoje inspecioná-lo. A terra usufruída pelo Zeca Afonso e pelo  Fernando Namora, que se estende desde a atual povoação ao castelo altaneiro, algumas boas centenas de metros  acima, vale mesmo a pena a visita, agora com turistas qb e que não  causam nódoa na imaculada paisagem.

Visitem Monsanto, o de Idanha. 

E a peregrinação continua, ao longo da rota dos castelo, cruzada por vezes com a rota da gastronomia. 
Penamacor, Sabugal, Castelo Bom,  Castelo Melhor, Almeida, FC Rodrigo, Freixo ES, Mogadouro e Miranda, enchidos, cozido, posta, bolo de cereja, queijo de ovelha. Que grandes e opíparas rotas.

Aqui vai uma fotografia da torre de menagem de Mogadouro. Das iguarias não tenho prova fotográfica, mas quando vos encontrar, a prova material será evidente. 😏


Episódio III - na senda das rotas, agora dos Miradouros e dos Castro, mas sempre, sempre, cruzada com a rota gastronómica. 

Miranda do Douro. Uma cidade ocupada por turistas espanhóis, embora, às vezes, ficamos sem saber se os vizinhos da mesa do lado estão a falar castelhano ou mirandês:

"Oulá Buonos dies. Quiero dues postas cun patata i berça. Para buber, ua malga  de bino carrascon."

Miranda do Douro está confinada pelos rios Fresno e Douro, sendo este uma fronteira física e abrupta com Espanha e que   colaborou com os nossos reis na delimitação política de Portugal.
Cheguei pela primeira vez a esta cidade há cerca de 20 anos, via aérea, e a impressão mantém-se: calma, rústica, natural e histórica. 
Há cerca de 300 anos, pouco depois do  que afetou Lisboa, Miranda sofreu o seu próprio terramoto. Durante a guerra dos 7 anos, o paiol explodiu, a cidade foi destruída e pereceram mais de 400 pessoas, o que na altura corresponderia a uma percentagem muito significativa da sua população . A sua importância política e religiosa perdeu-se, a ganho de Bragança. 
Apesar destas querelas com os espanhóis e seus aliados, a cidade está em convivência permanente com Espanha e o rio Douro. 
E como dizia a colaboradora da Estação Biológica Internacional do Douro: o meu Pai é português, de Miranda, a minha Mãe espanhola, e eu sou filha do rio. 

Aviso aos potenciais amigos do alheio : apesar de estar de férias, tenho gente em casa e, quando não tenho, o alarme está ligado .. 🤨