Apareceu um fim-de-semana prolongado. Quinta-feira, dia 11 de Novembro, dia da Independência de Angola, e a sexta-feira seguinte com tolerância de ponto. As aulas terminaram na quarta e retomaram somente na segunda.
Programa definido: visita à província de Malanje e a alguns locais de referência. O coordenador não nos deixou deslocar sozinhos com o motorista do Ministério, determinando a participação compulsiva do respetivo comandante provincial. Reservamos dois dias, com partida na sexta e regresso no sábado. Embora com alguma pressão, dois dias seriam suficientes para penetrar cerca de 400 quilómetros no interior do continente africano e efetuar um percurso de aproximadamente 1500 quilómetros.
Partimos cedo matutando no facto desta viagem poder trazer mais riscos do que todas as doenças tropicais e outras mais que singram por toda a África. Basta dizer que neste curto espaço de tempo de permanência em Angola visualizaram-se vários acidentes com consequências assinaláveis e um cadáver no meio da estrada, resultado de um atropelamento.
Seguimos pela estrada em direção a Catete, terra de nascimento de Agostinho Neto. Logo a seguir fizemos uma pequena paragem no mercado de Cassualala, uma extensa fila de bancas e de mercadores ao longo da estrada principal. Uma explosão de cores, cheiros, frutos, legumes, peixe, carne, torna agradável a visita, apesar do odor intenso e da qualidade duvidosa de alguns produtos. O peixe seco é impressionante e corrobora a desilusão do calulu desse produto.
Pequena paragem no Dondo (já província do Bengo) para visita ao CB, com a presença do respetivo comandante e comandante provincial. Quartel em risco, junto a uma ribeira, com muro de sustentação abatido. Logo a seguir a esta localidade paragem para abastecimento no cruzamento para Malanje e Huambo. Preço do combustível: gasóleo, 31 cêntimos; gasolina, 47 cêntimos, à taxa de conversão da altura (1 euro=128kw)
Continuação da viagem em direção a N’Dalatando, capital do Kwanza Norte. O famoso Morro do Binda, um desnível de cerca de 350 metros de altitude, foi transposto sem qualquer incidente (o mesmo não aconteceu com as muitas carcaças de automóveis, camiões contentores e mesmo um veiculo escolar, que repousavam definitivamente junto à berma). Visita ao quartel onde se registou a antítese (para Portugal) do bombeiro armado de kalash e a existência de uma cozinha que competiu e venceu aquele mercado podre que há vários anos visitei em Banguecoque.
Apesar de, em tempos passados, ter sido denominada cidade-jardim, atualmente é uma urbe desinteressante, com a sua cor ocre e os seus muitos edifícios arquitetura agradável, abandonados.
(continua...)