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terça-feira, 15 de agosto de 2023

CABRĀO

CABRĀO. 
Rio Cabrāo.
Nada de vernáculo. Somente toponímia: simultâneamente linha de água e localidade.
Rio Cabrāo não se deixou intimidar com a vergonha do nome, ao contrário de Constância e de Amadora. Acolhe bem os seus visitantes, atraídos pelas exuberantes cascatas do dito rio, afluente do Lima. Um pequeno percurso pedestre de cerca de 600 metros, ascendendo 150 metros, permite atingir o extenso rochedo constantemente afagado pela água, em menor quantidade neste quente verão.
 Após percorrer veredas, túneis de vegetação, escadas em madeira, passadiços e penedos, atinge-se uma pequena plataforma em madeira sobre a base da cascata. Para jusante, o vasto vale do Lima, abperderbde vista lá para os lados da serra Amarela, pintado de verde mais intenso pelas últimas e recentes chuvas e com uma mancha branca, fumo resultante de um incêndio florestal, em segundas núpcias, depois de abandonado prematuramente. 
Lá longe, na outra margem, o cibilar dos altifalantes da igreja de Santa Cruz do Lima, no dia da festa anual, concorria com o rumorejar da água e o canto da passarada. 
A cascata merece certamente um regresso, na estação fria, com mais água e sem a poluição dos sistemas sonoros dos campanários.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Domingo de Páscoa - crónicas de vacances


Domingo de Páscoa. Alto Minho. 7 horas da manhã. Da madrugada, dado ser domingo.

Quem alguma vez acordou por estas terras verdejantes, neste período, já teve por certo esta sensação: despertar estremunhado pensando estar num cenário de guerra, com os estrondo dos obuses a ecoar dentro dos quartos.

Nada mais do que fogo de artifício que, com pouca arte, sobe a algumas dezenas de metros de altura e se desfaz num ruído ensurdecedor mas que afaga o ego das habitantes daquela aldeia. Onde existe perto uma fábrica daquela indústria que sustenta famílias inteiras mas que também lhes ceifa a vida.

É dia de festa, de desjejum, missas, vestidos coloridos, perfumes comprados em lojas de chineses, de doces, automóveis franceses e andorrenhos, mas também um dia de muita devoção, tradição e alegria.

Agora a aldeia de Gandra lança o seu fogo ensurdecedor, depois o Outeiro, com muito morteiro, a seguir Santa Cruz, cujo fogo demorou mais de 15 mm. Não posso deixar de comparar esta insistência e intermitência no  lançamento de foguetes, por aldeia, com a demarcação territorial efetuada pelos nossos amigos canídeos.

"Tocam os sinos na torre da igreja, há rosmaninho e alecrim pelo chão, na nossa aldeia, que Deus a proteja, vai passando a procissão." E o padre, de casa em casa, com a cruz em riste, dá a bênção a todos os presentes.

É deste Minho que eu gosto. 😀




RN, 22abr2017