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terça-feira, 30 de agosto de 2022

Isla de Ons

O arquipélago das ilhas Ons, integrado no Parque Nacional das Ilhas Atlânticas, barra a desembocadura da ria de Pontevedra.

A ilha de Ons é a mais extensa da costa atlântica da península ibérica, possui habitantes permanentes e uma diversidade biológica e paisagística digna de visita.

25de agosto de 2022


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terça-feira, 26 de abril de 2022

Novamente o alto Minho

Minho. Novamente alto Minho. Não cansa. Fim de semana prolongado sobre o qual, felizmente, o IPMA se enganou redondamente.
Iniciámos o caminho muito batido entre Ponte da Barca e Lindoso onde já não são habituais as pequenas manadas das bem domesticada vacas de raça minhota, regressando ordeira e lânguidamente ao seu estábulo, pela berma da estrada nacional. 
Logo após entrada em Espanha e ultrapassada a casa vazia da Guarda fronteiriça  que lembra o Estado Novo, guinámos para norte e transposemos a carente albufeira do Lindoso, que ainda, a esta data, regista níveis hidrometricos históricos. A carcaça da antiga aldeia de Aceredo, que emergiu do Lima depois de escondida desde o início dos anos 90 do século passado, vem encher de nostalgia os seus antigos habitantes.
Percorremos um dos extremos mais recônditos de Espanha, o município raiano e exaurido de Entrimo, com pouco mais de 1000 habitantes. Aldeias perdidas no tempo e no nevoeiro, com os seus habitantes envergando rudes mantelas, apascentando a sua fonte de subsistência. 
Surge de fronte o maciço granítico da Serra da Peneda. Habitualmente visitado do lado português, agora na perspetiva de nascente. Castro Laboreiro, no extremo noroeste do nosso único Parque Nacional, invadida por turistas à procura de  ar puro e do gosto do cabrito assado. Nunca mencionem aos seus habitantes o "Parque do Gerês". Tão grave  como referir parque natural de Sintra ou parque natural de Cascais aos habitantes de Cascais ou de Sintra, respetivamente. Não estamos no Gerês mas sim na Peneda.
Encostas com explosões lilases que não o são. Não são lilases mas sim urzes que despontam na Primavera.
Passagem por localidades perdidas no meio do nada, que não o são ou que o são noutro lado: Alcobaça, Barreiro, Adofreire, até finalmente chegarmos a Cevide.
Cevide. A localidade mais setentrional de Portugal, ladeada pelos rios Minho e  Trancoso, terra de contrabandistas passados, homens e mulheres. Guardião do marco de fronteira n°1 com Espanha, estrategicamente aproveitado pelos arautos dos passadiços.
- Olá. Estão de visita a Cevide? Eu sou o Mário . 
Foi com estas palavras que se apresentou o  anfitrião do simbolismo deste local. O Mário é enfermeiro no hospital de Ponte de Lima mas sempre que pode desloca-se com a mulher para uma antiga casa de seus antepassados e incrementam a residual população de Cevide. Forte divulgador da história e geografía local, aproveita também para vender um alvarinho que, embora tenha a proveniência da Quinta de Soalheiro, atribuiu-lhe o nome de "aqui começa Portugal" em homenagem à aldeia e ao referido marco. Extrovertido e falador, consegue facilmente convencer os visitantes do valor histórico daquele local. E até ficámos a saber que é colega de trabalho da nossa prima Alzira. 🙂
Próxima paragem: Melgaço. A transbordar de visitantes para a feira anual do alvarinho e do fumeiro, não sobrou um simples lugar de estacionamento. Nem sequer em uma dos passeios ou a ocupar parcialmente a faixa de rodagem. 
Seguimos de imediato para a luminosa Vigo, porta de entrada das rias baixas e um ótimo local para degustar fresco "mejillones" e outro marisco. A zona do Porto, cosmopolita, atrai passeantes de domingo e músicos de ocasião. 
De regresso a Ponte de Lima, como bons portugueses que já não têm caramelos para comprar, enchem o depósito com combustível galego que permitirá uma viagem  mais suave à região ribatejana. 

sábado, 28 de agosto de 2021

Caminho de Santiago - dia 4 - 23ago2021 - O Porriño - Arcade de Riba - 23, 2 km



Um dos troços mais duros. Não só pela orografia, com alguns desníveis que são um autêntico desafio à resistência dos articulações e dos músculos, mas também por ser um dos mais extensos, e a temperatura do ar ter atingindo os 37°C. O dia mais quente do percurso.



O planeamento  rigoroso da logística desta aventura é o garante que tudo correte pelo melhor. A reserva do alojamento tem de respeitar a distância adequada entre os locais de estada para que cada troço não vá muito para além ou aquém dos 20 km. Se determinada povoação já não tem alojamento (o mês de agosto é  um período de muita demanda), torna se necessário ajustar todas as outras para que esta regra seja respeitada. 

O plano foi também delineado  no sentido de iniciar a caminhada cerca das 6h30mn. Como em qualquer plano, a falha veio ao de cima: com a diferença de fuso horário entre Portugal e Espanha, o   nascer do sol, neste período do ano, ocorre quase às  8horas da manhã. Para evitar caminhar sem luz, o início da caminhada matinal é atrasado significativamente. Desvantagem: chegada  mais tarde ao destino. Vantagem: mais uma hora na  cama. 😁


Com o aumento da latitude o Caminho aproxima-se da recortada costa galega, impressa pelas peculiares Rias  Baixas. A paisagem florestal, ponteada por pequenas localidades alvas e com perfil luso,  cruza-se com planos de água cintilante e com imensas jangadas dispersas, produtoras de mexilhão. Segundo o turismo de Vigo, em cada viveiro podem criar-se até 200 toneladas de mexilhões, um produto com denominação de origem que demora cerca de 18 meses a estar pronto para consumo. Espanha é dos maiores produtores mundiais deste bivalve. Nenhum caminhante ou peregrino deve deixar de degustar este molúsculo, à espanhola, de tomatada ou de conserva, acompanhado com um alvarinho ou, porque o peregrino/caminhante é  teso, pode este ser substituído por uma Estrella Galicia. Se o não fizer não lhe será emitida a Compostela. 😁

Uma das zonas mais perigosas do Caminho de Santiago são os cerca de 400 metros antes de se chegar a Arcade de Riba, que se percorrem pela diminuta berma da movimentada estrada nacional 550. O movimento dos caminhantes efetua-se no mesmo sentido que as viaturas, que surgem rápida e inesperadamente por detrás.  Vale pela deslocação do ar, refrescante, provocada pelos  pesados e altos camiões TIR.




Chegada a Arcade de Riba e ao já reservado albergue, contiguo ao Caminho.

- Cómo se soletra tu nombre? No. No tengo ninguna reserva a este nombre. Depois de ter explicado que a reserva foi efetuada pelo Booking e ter mostrado o voucher de confirmação, o galego e proprietário, que fazia jus aos seus compatriotas que emigraram para Lisboa no início do século passado e que, mais tarde, ocuparam as tascas da capital, lá admitiu o erro patente no caderninho de merceeiro e entregou-me a merecida chave de acesso ao gavetão para armazenamento da mochila e restantes pertences. 

Albergue cheio, medias preventivas contra a COVID inexistentes. Qual certificado de vacinação, qual carapuça...






terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cruzeiro no Mediterrâneo

 "Cruzeiros são actividades turísticas para velhos". Uma frase facilmente rebatida depois de lerem este texto.


Navegando pela Internet descobrimos o melhor preço: novamente a agência de viagem virtual Logitravel com valores imbatíveis. Ficou em cerca de 1800 euros para dois adultos e duas crianças, já incluindo taxas (nesta coisa dos cruzeiros existe uma taxa que é paga no final da viagem, que não está incluída. É a denominada taxa de serviço, comummente chamada de gorjeta, e que teoricamente irá para os empregados que tão amável e incansavelmente nos serviram durante os 7 dias). A companhia operadora era a Pullmantur e o barco o Oceanic.

Partida de Barcelona a um domingo e regresso a esse mesmo porto 8 dias depois, fazendo escala nos portos ou baías de VielleFranche-sur-Mer/França, Livorno/Itália, Civitavechia/Itália, Nápoles e Tunes/Tunísia.

E lá fomos. Duas famílias com duas viaturas partiram da Meia Via no dia 21 de Dezembro, de madrugada, com destino a Lérida onde pernoitámos no frugal hotel de estrada Formula 1 (apesar de tudo pertence à cadeia Accor). Até aqui chegarmos aproveitámos para espreitar algumas cidades no percurso (Salamanca, Tordesilhas, Burgos).

Chegámos a Barcelona na manhã da partida, dia 22. Deu para batermos algumas zonas mais turísticas (RamblasMonjuic) antes de, pelas 14 horas, fazermos o check-in no porto daquela cidade. Primeiro contacto com o barco. Dimensão razoável, com muitos espaços exteriores, um pouco antiquado e o camarote, apesar de interior era confortável.

E lá partimos de Barcelona, rumo ao sul de França, com o por do sol a tingir de rubro o horizonte.

Durante a manhã do segundo dia, chegámos a VilleFranche-Sur-Mer, uma pequena enseada a poucos quilómetros a nascente de Nice, local onde o barco atracou. Pequenas lanchas transferiam-nos para o porto onde apanhámos o comboio para o Mónaco. Como efectuamos em todas as escalas do navio, não nos subjugámos às excursões organizadas, caras e estandardizadas. Com a facilidade de acesso à informação (horários, mapas, fóruns de discussão, etc.) organizámos personalizadamente as visitas às cidades próximas dos locais de acostagem.

No terceiro dia, véspera de Natal, e após chegada ao porto de Livorno, alugámos um táxi para todos os 8 e vistamos as cidades de Florença e de Pisa. Aqui visitámos a Piazze del Duomo onde constatámos a inclinação da célebre torre, nas nossas mentes desde tenra idade. Chegámos ao porto de Civitavechia no dia 25 de Dezembro. Visitar Roma no dia de Natal revelou-se uma experiência curiosa: o primeiro dia em que não passávamos o Natal em família. No entanto esta situação foi superada pela visita aos locais paradigmáticos de Roma: Coliseu, Vaticano, Praça de Espanha, Fonte de Trevi. Quem visitar Roma aproveite um bilhete diário que dá para viajar em todos os transportes ilimitadamente, incluindo o comboio para e de Civitavechia. Não levem canivetes ou materiais semelhantes quando visitarem a Basílica de S.Pedro e o Vaticano, caso contrário, ou não entram, ou terão de os deixar à porta.

Em Nápoles não percam a oportunidade de visitar Pompeia. Uma viagem de comboio ao longo da costa, com a Baía de Napoles a poente e o Vesúvio a nascente.

No quinto dia, em Túnis ninguem quis ir a terra. Avancei sozinho para o desconforto da Medina com os seus souks de progressão difícil e lenta mas de uma beleza incrível. Uma passagem muito rápida por Cartago não deu para satisfazer a sede de informação histórica sobre a civilização.

Os dias restantes, até nova atracagem em Barcelona, foram de navegação. A Sofia e a Susana aproveitaram o jacuzi e ceu aberto e outras actividades, que não faltaram, no interior e exterior do navio. Houve ainda oportunidade para participarmos todos num jantar temático (as mil e uma noites) onde avançámos todos com indumentária indicada.

Vida a bordo: divinal. Regime de tudo incluído o que nos fazia estar constantemente com fome e com sede. Entre as 7 horas e as 4 da manhã do dia seguinte, existia sempre um bar aberto ou um restaurante/snack-bar pronto a satisfazer-nos os mais requintados apetites. Espectáculos constantes, para adultos e crianças, eliminando completamente aquilo que sempre pensámos existir numa viagem de alto mar: o tédio.

Para encerrar o périplo, permanecemos cerca de 3 dias em Salou, onde passámos a noite de fim-de-ano, e de onde fizemos um incursão de um dia a Andorra (ai as compras...)

De certeza que a Lourdes, o Rui, a Sofia, a Susana, o Jorge, a Luísa, o Miguel e a Leonor vão demorar a esquecer esta viagem.

Dicas:

  • Como já foi dito, não embarquem nas excursões organizadas em cada um dos portos onde o navio faz escala. São a preços exorbitantes e retiram o prazer de, antecipadamente, fazer o planeamento desses percursos, conseguindo valores 2 a 3 vezes inferiores.
  • Barcelona é uma cidade muito cara, inclusive no alojamento. Experimentem alugar um apartamento numa cidade vizinha (por exemplo Salou) onde particularmente na época dita baixa se conseguem autenticas pechinchas (conseguimos apartamento por 30euros/noite, abrangendo a noite de fim de ano). Este esquema só funciona se, claro, tiverem meio de transporte próprio.
  • Os hotéis Formula 1 são uma boa opção para pernoitar em viagem, a preços relativamente baratos (cerca de 25euros um quarto que dá para 3 pessoas ou 2 adultos e 4 crianças), mesmo que tenham alguma carência em comodidades. Mas afinal é só para dormir (pena que não existam em Portugal).
  • O metro de superfície em Tunes faz uma óptima ligação entre a capital, o porto e Cartago.
  • Mesmo que pequena, uma viagem de carro justifica a utilização de um GPS. Aconselho um TomTom: fáceis de manusear e baratos.



Ficha de viagem

País: Espanha, França, Mónaco, Itália, TunísiaAndorra
Cidades/locais visitados: Salamanca, Tordesilhas, Burgos, Lérida, AndorraSalouTarragona, Barcelona, VilleFranche-sur-Mer, Mónaco, Pisa, Florença, Roma, Nápoles, Pompeia, Túnis, Cartago
Meios de transporte utilizados: Automóvel, Barco, Comboio, Autocarro, Táxi
Data de início: 21de Dezembro 2007
Data de Fim: 2 de Janeiro 2008
Tempo de permanência: 13 dias
Mapa: