Alternativa mais perto de casa, no sentido oposto e sem recurso ao comboio: o polje de Minde. Durante a época de maior pluviosidade, esta área, confinada pelo planalto de Santo António, Serra Daire, Mira Daire e Minde, fica alargada e constitui o denominado "mar de Minde" onde se pode observar uma curiosa ondulação. Nesta altura, às portas dos meses estivais, a vasta superfície de água dá lugar a lagoas dispersas, que sustentam a biodiversidade do ecossistema. A variedade florística é enorme, e evidente o predomínio do pilriteiro, uma árvore de pequeno/médio porte com folha caduca, ramos espinhosos, pequenas flores brancas da família das rosáceas e bagas comestíveis de um vermelho vivo semelhante a maçãs minúsculas. Constituem túneis frescos, de dezenas de metros, nos percursos efetuados. MEMÓRIAS DE VIAGENS Uma adaptação do verso de Fernando Pessoa, cantado por Caetano Veloso, acompanhando algumas viagens encantadas.
domingo, 6 de junho de 2021
Andar pelo mar
Alternativa mais perto de casa, no sentido oposto e sem recurso ao comboio: o polje de Minde. Durante a época de maior pluviosidade, esta área, confinada pelo planalto de Santo António, Serra Daire, Mira Daire e Minde, fica alargada e constitui o denominado "mar de Minde" onde se pode observar uma curiosa ondulação. Nesta altura, às portas dos meses estivais, a vasta superfície de água dá lugar a lagoas dispersas, que sustentam a biodiversidade do ecossistema. A variedade florística é enorme, e evidente o predomínio do pilriteiro, uma árvore de pequeno/médio porte com folha caduca, ramos espinhosos, pequenas flores brancas da família das rosáceas e bagas comestíveis de um vermelho vivo semelhante a maçãs minúsculas. Constituem túneis frescos, de dezenas de metros, nos percursos efetuados. segunda-feira, 17 de maio de 2021
PR1 - arribas do Tejo
- Senhores passageiros. Vai sair da linha número 2 o comboio regional com destino a Castelo Branco, com paragem em todas as estações e apeadeiros.
Estação do Entroncamento. 7h45mn. Despida de passageiros devido à preguiça dominical e à pandemia, a composição inicia ruidosa e lentamente o seu percurso. desliza pela Linha da Beira Baixa, uma das mais cénicas de Portugal. O primeiro lanço, de Abrantes à estação da Covilhã, entrou ao serviço em 6 de setembro de 1891, tendo a linha sido concluída com a inauguração até à Guarda, em 11 de maio de 1893, há 128 anos portanto.
- Senhores passageiros: próxima paragem, apeadeiro da barragem de Belver. Uma indicação personalizada dado ser o único passageiro visível no comboio. Saída pelo cais sul, com acesso direto às instalações da estação; o cais norte é... a esplanada do restaurante da Lena. Uma ótima opção para caminhantes que se fiquem pela viagem de comboio... 😁
Depois de conversar com a D. Lena e com o filho fiquei a saber que o restaurante só funciona por marcações e tem como especialidade a lampreia (só na época dela). Estava chorosa a D Lena: fazia anos que o marido faleceu. Ficou combinado, numa próxima caminhada, um almocinho. Refeição completa a bom preço, com uma atençãozinha caso não peça fatura.A pequena rota 1, PR1, arribas do Tejo, circular, desenvolve -se pelas duas margens do Tejo, nos concelhos de Mação e Gavião. Inicia-se na praia fluvial de Ortiga, local balnear e de pesca desportiva, com as margens tingidas de branco pela invasora Zantedeschia aethiopica, o jarro ou o copo-de-leite como nome comum, muito apreciados pelas tradicionais donas de casa dos anos 60 e 70.
O percurso da margem norte, ou direita, apresenta desníveis suaves, exceto na fase inicial em que no extremo da ascensão se pode apreciar o troço do rio que vai da barragem de Belver até ao castelo com o mesmo nome e as arribas para o Tejo, que dão o nome ao trilho. Vários quilómetros sem ver vivalma e onde os sentidos se concentram na explosão de cores primaveris, cheiros e sons claros e cristalinos da passarada, insetos e rumorejar da folhagem.


Com a passagem da centenária ponte rodoviária sobre o Tejo, que sustenta a E244, começa o desassossego gerado pelos passageiros de múltiplas camionetas de turismo que têm como único objetivo transporem os escassos quilómetros de passadiço até à praia fluvial do Alamal. Apesar de, do troço de madeira, se observar uma paisagem fulgurante para Belver e o seu castelo, é de evitar este local, pelo menos ao fim de semana.
O troço final entre o Alamal e a barragem de Belver, pela margem sul, é uma autêntica montanha russa, vertical e horizontal, onde praticamente todo o percurso se desenvolve através de um agradável túnel vegetal que acompanha o rio Tejo a várias altitudes. A luxuriante, diversa e intensa vegetação, embora ainda a recuperar de recente incêndio rural, nada fica a dever à Laurissilva (desculpem-me a comparação, os colegas fitosociólogos puristas).
Foram cerca de 5 horas, 16 km palmilhados com alguma dificuldade e esforço. perfeitamente compensado pela bonita paisagem, pelo isolamento relaxante e pelo café e a conversa da D.Luisa..
domingo, 14 de fevereiro de 2021
Asterix poliglota
domingo, 3 de janeiro de 2021
Encontros ao longo do trilho de Jans - Nisa
- Olá, bom dia. É para visitar o Castelo?
- Quando quiser é só dizer. Eu abro-lhe a porta.

Informando-o de qual era o meu objetivo, entregou-me diligentemente cartografia do local e orientou no sentido do início do percurso pedestre de Amieira do Tejo.

Até que, no início da abrupta descida para o rio, protegida por uma confortável e salvadora escadaria em madeira, surge, entre o nevoeiro esfarrapado, o maravilhoso e profundo vale do Tejo, com a barragem do Fratel unindo as suas margens, e a linha de comboio, rio abaixo e rio acima, de braço dado com o leito do rio mais extenso da península ibérica.

E o percurso continuou, sempre acompanhado do rumorejar das águas revoltas, dos saltos dos riachos em pequenas cascatas que se fundiam com o Tejo, do piar da diversificada e irreconhecível passarada e do voar atabalhoada das garças.

Chegada à margem oposta de Barca da Amieira, local de transposição do curso de água com recurso a uma barca moderna e motorizada, verificou-se estar esta inoperacional devido aos mais de 430 m3/s golfados pela barragem. Barca da Amieira foi em tempos o local de passagem do corpo da rainha santa Isabel, falecida em Estremoz e sepultada na famosa igreja de Coimbra.

- Claro que sim. É sempre em frente, pelo caminho de terra batida - informou sorridente um trabalhador da quinta depois de lhe ter perguntado, timidamente, se podia passar.
Para trás ficava a deslumbrante paisagem pastoral do vale do Tejo.
Antes de entrar no troço alcatroado, surgiram dois pontos saltitantes que desciam encosta abaixo, por entre a vegetação esparsa e a transbordar de clorofila. Com a aproximação apercebi-me serem duas raposas, com suas causas farfalhudas, que, alegremente, à medida que avançavam, se desafiavam e mordiscavam.


Percurso terminado mas não concluído: em abril será retomado e repetido, recorrendo então ao comboio até à estação de Barca da Amieira- Envendos e posterior passagem do concelho de Mação para o de Nisa utilizando o denominado transbordador. E vai haver certamente uma paragem, pela hora do almoço, na associação recreativa onde, com mais calma, poderemos certamente saborear uma bifana e um copo de três, quiçá acompanhado pelo tal habitante de Amieira do Tejo.
Estão convidados.
RN, 3jan2021
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
O périplo raiano
Depois de centenas de passagens pela A23 e na EN paralela, e olhar à distância, cobiçoso, para o monte monolítico, decidimos hoje inspecioná-lo. A terra usufruída pelo Zeca Afonso e pelo Fernando Namora, que se estende desde a atual povoação ao castelo altaneiro, algumas boas centenas de metros acima, vale mesmo a pena a visita, agora com turistas qb e que não causam nódoa na imaculada paisagem.
Visitem Monsanto, o de Idanha.quarta-feira, 10 de junho de 2020
Ecovia do Vez
Pelas 11h a minha Presidente do Conselho deixou-me na aldeia, que nada ficava a dever a um dia 13 de maio em Fátima: engarrafamentos, grande densidade de visitantes, muita cor e agitação.
E lá se iniciou o percurso serpenteante, ao longo do rio Vez, primeiro no troco de montante, mais cavado e com maiores declives, depois plano mas sem perder o ruído borbulhante da água que envolve e encharca a vegetação e os grandes barrocos polidos.
Visitantes de todos os tipos percorrem o percurso bem sinalizado: os musculados e habituados a longas caminhadas por locais inóspitos e os autóctones e saloios, onde eu me incluía, que vão calcorrear os passadiços porque alguém lhes disse que valia a pena.
Foram 5 horas de intenso cansaço, facilmente compensado pelo prazer obtido das paisagens, da vegetação luxuriante e bem adaptada e animais mais ou menos selvagem.O crocitar da águia foi brutalmente interrompido por um grito de uma mulher, também passadiceira que dizia para o marido: óh carago, ainda falta muito para chegar ao Sistélo? As mines estão-se a acabar e já me doem os joanetes.
Valha-me nossa Senhora, neste dia de Portugal.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
O Grão-Ducado
Um país onde o ordenado mínimo se aproxima dos 2000 euros, uma refeição num restaurante barato ultrapassa os 17 euros e um kilo de frango 12 euros, tem bilhetes diários para os transportes públicos de todo o Grão-Ducado a 3,2 euros.
E muito em breve passará a ser único no mundo: transportes públicos grátis para todos, exceto para as castas superiores que pretendam viajar em 1° classe, longe do suor do povo.
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19 de março. Feriado em Santarém. Toda a família a trabalhar. O que fazer? Turismo, claro. Mas onde? Em tempos tinhamos planeado...
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Estacionámos a viatura perto da igreja matriz. Chuvia bem. Chuva molha tolos. A tentativa de um passeio pela zona saiu gorada. Os autóctones...
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Vale do Lima. Zona montanhosa, bucólica e verdejante. Machas de povamentos florestais de matizadas de verde, mescladas de casari...

























