MEMÓRIAS DE VIAGENS Uma adaptação do verso de Fernando Pessoa, cantado por Caetano Veloso, acompanhando algumas viagens encantadas.
segunda-feira, 6 de maio de 2024
O passeio dos ingleses
Perseus, Medusa e Cellini
terça-feira, 6 de fevereiro de 2024
O cemitério dos Pirinéus
segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
Evolução madeirense
Madeira. Pérola do atlântico. O Havaí português.
Regressámos cerca de 30 anos depois da última visita. As infraestruturas criadas entretanto assemelham a ilha a um parque temático, sem a aventura de outrora. Então não querem ver que as perigosas estradas construídas no meio da arriba, que acolhiam cascatas permanentes e que permitiam uma lavagem eficiente das viaturas, desapareceram em prol de vias rápidas e de túneis que esventraram a ilha de norte a sul? Perdemos as vistas deslumbrantes para o mar e simultaneamente para a montanha tal como pássaros as desfrutam. Desapareceu o risco de, a qualquer momento, ficarmos barrados por um pedregulho no meio da estrada.
Ficam também as recordações dos tempos idos, da juventude. A estadia por obrigação castrense no forte de S.Tiago e, posteriormente, em São Martinho, no altaneiro comando geral; as rondas de madrugada no velho land rover militar por veredas em meia encosta escarpada, onde se encontravam ébrios a dormir na vegetação; aquele acordar madrugador, com o objetivo de apanhar um avião para o continente, para acompanhar um prisioneiro militar e em que, no balneário húmido do velho forte de São Tiago, sem eletricidade naquele dia, as gigantescas baratas insulares subiam pelas pernas acima, gerando confusão sobre a direção de escorrência da água; a longa descida pedestre. desde o Jardim da Serra, ao Curral das Freiras, onde a saudação efusiva "mê aspirante", que troou nas escarpadas montanhas, foi um agradável acolhimento por parte de um dos soldados autóctones que me aguardava na paterna habitação com mesa recheada de iguarias locais; os flirts platónicos, outros nem tanto, com as doces madeirenses; o oficial que determinava a deturpação inflacionada dos resultados da carreira de tiro...
A Madeira está segura demais. Desinfetada, protegida, higienizada. Sem pica. Restam as fulgurantes paisagens, o filete de espada com banana, as lapas, a poncha e o violento pé-de-cabra, e o confortável clima. E, claro estas agridoces recordações.
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
Lápis azul
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