Em tempos idos frequentada por turistas de terras de sua Magestade, Nice apresentava poucos e ruins acessos á praia. Providenciaram aqueles uma forma de se deslocarem paralelamente a praia, através de uma Promenade. Daí o nome da zona mais característica e conhecida da cidade, que chegou a ser copiada por marginais tão ou mais famosas, como Copacabana.
Atualmente, a Promenade des Anglais é uma via cosmopolita onde diferentes cores, credos, raças, tendências e criaturas exóticas circulam: meninas asiáticas com chapéu de sol para evitar o escurecimento da tez; velhotas de pele queimada e lábios grossos e esticados sob ação das mãos de médicos cirurgiões; executivos(as) que, no final do dia de trabalho, se sentam nas famosas cadeiras azuis de metal, contemplando o azul turquesa do mediterrâneo e deliciando-se com os suaves e reconfortantes raios solares que lhe acariciam a cara; pedintes maltrapilhos e sujos contrastando com donos de Ferrari vermelhos, ruidosos e imaculados; casais a preto e branco com lindos descendentes apontando o dedo para os aviões que descolam sobre a cidade.
É uma zona poliglota e inclusiva. Todos a frequentam. Já foi, no entanto, objeto de ódios sangrentos que resultaram em 2016 na morte de mais de 80 pessoas.
Le Promenade des Anglais resiste e, em dias solarengos e amenos, sustenta milhares de pessoas que, a andar a pé, de bicicleta, trotineta ou sentados nas célebres cadeiras azuis, celebram a vida e o bem estar.
Cote d'Azur, abril de 2024
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