sábado, 11 de maio de 2024

Terceira, Açores 2024

Terceira, 9 a 13 de maio de 2024

O Algar do Carvão 

Segundo o sitio internet montanheiros.com:

"A grande erupção, conhecida como “do Pico Alto”, que ocorreu a norte do aparelho vulcânico do Guilherme Moniz, já existente, derramou as suas lavas a grande distância. Mais tarde, uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o solo e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano – O Pico do Carvão. Numa primeira fase, ao forçar e tentar romper o derrame traquítico, já existente e que constituía uma barreira natural de consistência pouco “colaborante”, formou a zona da lagoa e as duas abóbadas sobre a mesma. Posteriormente, numa nova tentativa de evasão, as lavas basálticas, romperam mais ao lado a atual chaminé, saindo para o exterior. Na sua fase final o magma desceu para o interior das condutas mais profundas e da câmara magmática, dando origem, essa ausência quase instantânea do magma, à formação do Algar propriamente dito.

Os derrames de lava muito efusiva, produziram rios de lava ácida muito fluidas que carbonizaram vegetação existente. A datação de um dos fósseis então formados, dá para o Algar do Carvão uma idade de 2148 ( + ou – 115 anos)."








quarta-feira, 8 de maio de 2024

Norte de Marrocos, maio de 2024


Alguns anos depois e poucos após a viagem cancelada devido à COVID, regressámos a Marrocos.

Nova rota da Ryanair. Lisboa - Tânger veio substituir a anterior, Lisboa - Fés, entretanto terminada.

Chegámos pelas 23:30 de 3 de abril d  2024 ao pequeno aeroporto da cidade magrebina. Placa com dois aviões e despacho fronteiriço rápido eficiente.


Reservamos com o hotel o transfer por taxista por eles acionado e, naturalmente, com preço previamente definido. Nenhuma placa com o nosso nome à chegada. O taxista, sem qualquer remorso e um sorriso nos lábios, chegou 1 hora e meia depois do combinado. Chegámos à nossa querida e bem amada África. 😊

Reservámos desta vez um bom hotel, embora com preço compatível com o custo de vida do país. Pestana hotels em Portugal é sinónimo de qualidade e conforto. Chegar ao quarto depois da 1 da manhã e não ter toalhas para um banho reconfortante não pontuou. Depois de várias insistências, lá nos entregaram 1 toalha e 1 robe. A responsável pelo equipamento estava ausente mas no dia seguinte, logo de manhã, os apetrechos requeridos seriam entregues. 

Manhã seguinte e nada. Só quando regressamos da visita á cidade, no final do dia, é que finalmente conseguimos as almejadas toalhas. Pessoal sempre simpático e colaborante mas o acesso ao armazém das toalhas não era de todo a função deles. 🙂


Tânger. Cidade por onde passaram vários Estados conquistadores entre os quais Portugal. Cosmopolita. Conversas  em árabe, espanhol, francês e inglês são habituais, mas a densidade de turistas é bastante inferior á de  Marraquexe. 


Urbe simpática e com algum dimensão. Medina em zona alta, mais aberta do que as congéneres de Casablanca ou Marraquexe, anteriormente protegida pelas muralhas do casbah e da cidade.


Kebdani. Ótimo restaurante localizado no interior da medina, bem decorado e aromático, onde o empregado, por cada abordagem aos clientes ou entrega de pratos repetia um simpático e desdentado "soyez bien venues".


No final da tarde decidimo-nos  aproximar da costa norte, um pouco mais longe do centro da cidade, junto aos túmulos fenicios, local de passeio de tangerinos (será mesmo este o termo?), que se sentavam nas bordas das sepulturas abertas na pedra, com as pernas para o interior, a ver o mar, o trânsito dos barcos de pesca  e a costa espanhola.


Parámos no restaurante/café Haffa, onde os empregados transportam em armações metálicas os aromáticos chás de menta, em bateria,  pelos vários socalcos do anfiteatro pleno de mesas e cadeiras, inclinados sobre o mar policromático e onde os ruidosos marroquinos descansam os corpos e as mentes das agruras da semana. Ao longe as colunas de Hércules onde o décimo trabalho foi cumprido.


Visita a Chefchaouen. Pequena vila no interior do Rife, a pouco mais de 100 km ao sul de Tânger, deve o seu nome às palavras "olhas para os picos das montanhas". Chefchaouen. Chaouen para os amigos. A cidade azul.


Ocupada inicialmente por árabes, mouriscos e judeus, nos idos anos de 1400 e tal, foi um ótimo local para esconder pessoas dos problemas gerados pelas conquistas e sociedades da altura. E de lá realizavam incursões para desestabilizar os portugueses que recentemente tinham conquistado Ceuta. 


Vila com muito turismo de cidadãos marroquinos. Encastrada entre as montanhas do RIfe e um aberto vale a poente, obriga o visitante a permanente esforço de subida ou descida das suas íngremes ruas. 


Através de um site de passeios culturais, integrámos a visita guiada de Ali, um marroquino-espanhol de farta barba e cabelo comprido, nascido naquela montanhosa região. Com ele  aprendemos que na medina só devemos utilizar as "callas"  e não "callejons" porque estas não têm saída; que as portas das casas cuja parte superior se desenvolve em arco, dão acesso a várias casas de diversas famílias enquanto se for linear correspondem a um única família; e que a cor azul turquesa das paredes, característica da vila,  umas mais intensas e outras menos,  deve-se tão só á inclusão de um corante á cal trazida pelos mouriscos de terras andaluzes. 



Sentados numa esplanada da praça Ibe El Hamman, a fazer tempo para a partida do CTM de regresso a Tânger, observamos maravilhados o cenário montanhoso, recortado pelo perfil das muralhas, casario e mesquitas, acompanhado por músicas e danças marroquinas. Apetecia ficar ali para sempre. 


Preparar o regresso a Portugal não sem antes provar outras variedades de Tajine e Couscous, bolos típicos e chamuças. A viagem para o aeroporto foi de autocarro. Um autocarro cuja paragem mais perto do aeroporto fica a mais  de 2 km. Mais perto só de táxi. A diferença de lreco está entre 50 cêntimos e 20 euros, está última hipóteses no grand táxi. 


Adeus Marrocos e até breve.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

O passeio dos ingleses



Em tempos idos frequentada por turistas de terras de sua Magestade, Nice apresentava poucos e ruins acessos á praia.  Providenciaram aqueles uma forma de se deslocarem paralelamente a praia, através de uma Promenade. Daí o nome da zona mais característica e conhecida da cidade, que chegou a ser copiada por marginais tão ou mais famosas, como Copacabana. 

Atualmente, a Promenade des Anglais é uma via cosmopolita onde diferentes cores, credos, raças, tendências e criaturas exóticas circulam: meninas asiáticas com chapéu de sol para evitar o escurecimento da tez; velhotas de pele queimada e lábios grossos e esticados sob ação das mãos de médicos cirurgiões; executivos(as) que, no final do dia de trabalho, se sentam nas famosas cadeiras azuis de metal, contemplando o azul turquesa do mediterrâneo e deliciando-se com os suaves e reconfortantes raios solares que lhe acariciam a cara; pedintes maltrapilhos e sujos contrastando com donos de Ferrari vermelhos, ruidosos e imaculados; casais a preto e branco com lindos descendentes apontando o dedo para os aviões que descolam sobre a cidade.
É uma zona poliglota e inclusiva. Todos a frequentam. Já foi, no entanto, objeto de ódios sangrentos que resultaram em 2016 na morte de mais de 80 pessoas.
Le Promenade des Anglais resiste e, em dias solarengos e amenos, sustenta milhares de pessoas que, a andar a pé, de bicicleta, trotineta ou sentados nas célebres cadeiras azuis, celebram a vida e o bem estar.

Cote d'Azur, abril de 2024