Saída de Caldas del Rei pelas 7 horas a partir da ponte romana, ainda de noite.
O percurso decorreu com a normalidade habitual, por zonas de densos carvalhais que protegem linhas de água aconchegadas em vales profundos.
Passagem por Padron. A cidade de origem dos famosos e deliciosos pimentos padron e onde atracou o barco que transportou o corpo decapitado de São Tiago, proveniente de Roma, em direcção à sepultura final no campo das estrelas (campo + estelas = compostela). Cidade com muitos peregrinos mas que não se deixa abafar por eles, como aconteceu em Caldas. A casa de Don Pepe, de visita obrigatória, localizada em frente à igreja, oferece, através do seu proprietário, Don Pepe, simpatia, tapas, bocadinhos e shots de licor de ervas e de café, suficientes para sustentar mais 10 km de marcha com mochila pesada às costas.
De visita à igreja de Santiago, em Padron, local onde se encontra em exposicao a pedra (pédron) que prendeu a embarcação que trouxe o apóstolo martirizado de volta à ibéria, na expectativa de angariar novo carimbo, dirigimo-nos a uma solícita senhora que, dentro da igreja e por detrás de uma enorme secretária, carimbava as cadernetas dos peregrinos. " De onde são ustedes?" , questiona. Depois de respondermos, ela, com os olhos mais brilhantes diz "Há muitos portugueses no Caminho. Vêm Da Casa" . Sem perceber muito bem, na altura, o significado da expressão, depreendi posteriormente que talvez se referisse à maior ligacao com o povo luso do que com os castelhano.
Este foi o maior troço previsto de entre os seis a efetuar, até uma povoação com nome estranho. Conta a estória que um doente que estava no Caminho de Santiago para curar sua hidropisia (doença citada na bíblia, para dar mais força ao conto), parou na fonte agora enquadrada pela igreja de Escravitude para beber, sendo curado 72 horas depois, sem a intervenção de nenhum médico. Por isso, o homem exclamou "Gracias, Virxe, que me libraches da escravitude do meu mal." Desta forma, este alegado evento passou a ser parte viva da origem deste santuário, que começou a ser construído graças à carroça de bois que o viajante doou para tal obra, concluída em 1886. O Caminho de Santiago vive destes contos.
Última albergue da viagem. Casa fantasma, sem staff. Cheguei, entrei, lavei a roupa, tomei banho, e só algumas horas depois apareceu o proprietário que, simpaticamente, colocou à disposição de todos os ingredientes para o pequeno almoço do dia seguinte e explanou, solícito, os serviços disponibilizados.
O casal de portugueses e o de alemães seguiram o seu rumo, permanecendo em albergues distintos, sem no entanto conseguirem garantir que não nos iremos encontrar novamente até Santiago. Ficam os contatos de telemóveis e de correio eletrónico, garante de que a ligação é para manter.
O percurso decorreu com a normalidade habitual, por zonas de densos carvalhais que protegem linhas de água aconchegadas em vales profundos.
Passagem por Padron. A cidade de origem dos famosos e deliciosos pimentos padron e onde atracou o barco que transportou o corpo decapitado de São Tiago, proveniente de Roma, em direcção à sepultura final no campo das estrelas (campo + estelas = compostela). Cidade com muitos peregrinos mas que não se deixa abafar por eles, como aconteceu em Caldas. A casa de Don Pepe, de visita obrigatória, localizada em frente à igreja, oferece, através do seu proprietário, Don Pepe, simpatia, tapas, bocadinhos e shots de licor de ervas e de café, suficientes para sustentar mais 10 km de marcha com mochila pesada às costas.
De visita à igreja de Santiago, em Padron, local onde se encontra em exposicao a pedra (pédron) que prendeu a embarcação que trouxe o apóstolo martirizado de volta à ibéria, na expectativa de angariar novo carimbo, dirigimo-nos a uma solícita senhora que, dentro da igreja e por detrás de uma enorme secretária, carimbava as cadernetas dos peregrinos. " De onde são ustedes?" , questiona. Depois de respondermos, ela, com os olhos mais brilhantes diz "Há muitos portugueses no Caminho. Vêm Da Casa" . Sem perceber muito bem, na altura, o significado da expressão, depreendi posteriormente que talvez se referisse à maior ligacao com o povo luso do que com os castelhano.
Este foi o maior troço previsto de entre os seis a efetuar, até uma povoação com nome estranho. Conta a estória que um doente que estava no Caminho de Santiago para curar sua hidropisia (doença citada na bíblia, para dar mais força ao conto), parou na fonte agora enquadrada pela igreja de Escravitude para beber, sendo curado 72 horas depois, sem a intervenção de nenhum médico. Por isso, o homem exclamou "Gracias, Virxe, que me libraches da escravitude do meu mal." Desta forma, este alegado evento passou a ser parte viva da origem deste santuário, que começou a ser construído graças à carroça de bois que o viajante doou para tal obra, concluída em 1886. O Caminho de Santiago vive destes contos.
Última albergue da viagem. Casa fantasma, sem staff. Cheguei, entrei, lavei a roupa, tomei banho, e só algumas horas depois apareceu o proprietário que, simpaticamente, colocou à disposição de todos os ingredientes para o pequeno almoço do dia seguinte e explanou, solícito, os serviços disponibilizados.
O casal de portugueses e o de alemães seguiram o seu rumo, permanecendo em albergues distintos, sem no entanto conseguirem garantir que não nos iremos encontrar novamente até Santiago. Ficam os contatos de telemóveis e de correio eletrónico, garante de que a ligação é para manter.
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