A 3km de minha casa, no limite de uma pequena povoação rural, nasceu recentemente um restaurante indiano.
Há bem poucos anos, este nicho culinário só se encontrava pontualmente na capital. Os antigos habitantes nas regiões ultramarinas de Goa, Damão e Dou, por gradualmente estarem a desaparecer, ja não o reclamam.
Num dia e na hora de um jogo com a seleção portuguesa, decidimos experimentar o Taj Mahal, na expectativa que as ofertas fossem do mesmo nível do monumento e para reviver os sabores descobertos nos restaurantes goeses da cidade da Beira. Restaurante vazio. Logo á entrada o empregado, solícito e prestativo, num português de difícil perceção, questionou se queríamos um lugar junto à televisão. Prontamente rejeitámos, informando que o objetivo da visita era a degustação dos sabores fortes, explosivos e coloridos da cozinha indiana, e não o emotivo jogo cujo resultado saberíamos aquando do regresso a casa.
E foi isso que aconteceu nos momentos seguintes, quando os vários pratos, entradas, acepipes, molhos, pães e picantes ardentes desfilaram á nossa frente, excitando a pituitária e oleando as papilas gustativas, apresentados didática e detalhadamente pelo agradável colaborador.
Regressámos a casa satisfeitos, quão anacondas em dormente digestão, a pensar o bom que é ter imigrantes á porta de casa, que nos tratam tão bem e nos fazem viajar sentados na mesa do restaurante.
O resultado do jogo foi o menos importante nessa noite.
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