terça-feira, 26 de abril de 2022

Novamente o alto Minho

Minho. Novamente alto Minho. Não cansa. Fim de semana prolongado sobre o qual, felizmente, o IPMA se enganou redondamente.
Iniciámos o caminho muito batido entre Ponte da Barca e Lindoso onde já não são habituais as pequenas manadas das bem domesticada vacas de raça minhota, regressando ordeira e lânguidamente ao seu estábulo, pela berma da estrada nacional. 
Logo após entrada em Espanha e ultrapassada a casa vazia da Guarda fronteiriça  que lembra o Estado Novo, guinámos para norte e transposemos a carente albufeira do Lindoso, que ainda, a esta data, regista níveis hidrometricos históricos. A carcaça da antiga aldeia de Aceredo, que emergiu do Lima depois de escondida desde o início dos anos 90 do século passado, vem encher de nostalgia os seus antigos habitantes.
Percorremos um dos extremos mais recônditos de Espanha, o município raiano e exaurido de Entrimo, com pouco mais de 1000 habitantes. Aldeias perdidas no tempo e no nevoeiro, com os seus habitantes envergando rudes mantelas, apascentando a sua fonte de subsistência. 
Surge de fronte o maciço granítico da Serra da Peneda. Habitualmente visitado do lado português, agora na perspetiva de nascente. Castro Laboreiro, no extremo noroeste do nosso único Parque Nacional, invadida por turistas à procura de  ar puro e do gosto do cabrito assado. Nunca mencionem aos seus habitantes o "Parque do Gerês". Tão grave  como referir parque natural de Sintra ou parque natural de Cascais aos habitantes de Cascais ou de Sintra, respetivamente. Não estamos no Gerês mas sim na Peneda.
Encostas com explosões lilases que não o são. Não são lilases mas sim urzes que despontam na Primavera.
Passagem por localidades perdidas no meio do nada, que não o são ou que o são noutro lado: Alcobaça, Barreiro, Adofreire, até finalmente chegarmos a Cevide.
Cevide. A localidade mais setentrional de Portugal, ladeada pelos rios Minho e  Trancoso, terra de contrabandistas passados, homens e mulheres. Guardião do marco de fronteira n°1 com Espanha, estrategicamente aproveitado pelos arautos dos passadiços.
- Olá. Estão de visita a Cevide? Eu sou o Mário . 
Foi com estas palavras que se apresentou o  anfitrião do simbolismo deste local. O Mário é enfermeiro no hospital de Ponte de Lima mas sempre que pode desloca-se com a mulher para uma antiga casa de seus antepassados e incrementam a residual população de Cevide. Forte divulgador da história e geografía local, aproveita também para vender um alvarinho que, embora tenha a proveniência da Quinta de Soalheiro, atribuiu-lhe o nome de "aqui começa Portugal" em homenagem à aldeia e ao referido marco. Extrovertido e falador, consegue facilmente convencer os visitantes do valor histórico daquele local. E até ficámos a saber que é colega de trabalho da nossa prima Alzira. 🙂
Próxima paragem: Melgaço. A transbordar de visitantes para a feira anual do alvarinho e do fumeiro, não sobrou um simples lugar de estacionamento. Nem sequer em uma dos passeios ou a ocupar parcialmente a faixa de rodagem. 
Seguimos de imediato para a luminosa Vigo, porta de entrada das rias baixas e um ótimo local para degustar fresco "mejillones" e outro marisco. A zona do Porto, cosmopolita, atrai passeantes de domingo e músicos de ocasião. 
De regresso a Ponte de Lima, como bons portugueses que já não têm caramelos para comprar, enchem o depósito com combustível galego que permitirá uma viagem  mais suave à região ribatejana. 

domingo, 10 de abril de 2022

A rota estival dos Avós


Recordo-me quando nos dizias que, nos longínquos anos 20 do século passado, vinham do reboliço da capital, de malas aviadas, com os miúdos (o Pai faria este ano 100 anos!) e a criada (termo proletário sem a carga pejorativa dos dias de hoje) , passar alguns dias nestas praias.


Banhar no mar os tornozelos tímidos que não podiam apanhar sol, deglutir com prazer  as opiperas refeições e, nas cadeiras de verga, ler o grande lençol que era o Diário de Notícias do dia. Afinal aconteceu poucos anos após as migrações românticas queirosianas de Carlos da Maia e de Maria Eduarda por estas zonas Sintra. 

Viemos a esta zona passar dois dias de prazer e prestar-vos homenagem.

Arribas Sintra Hotel edifício à beira mar plantado, entre a linha de rebentação e a arriba, com janelas e varandas dos quartos voltadas para sudoeste e, portanto, para o horizonte marítimo. 

A casinha da avó Belles restaurante em Magoito, pequeno e com música ao vivo. Só abre ao fim de semana. Serviço de buffets bastante variado com especialidades alentejanas. 


9 de abril de 2022 



quinta-feira, 10 de março de 2022

Trilho panorâmico do Tejo


Foi inaugurado esta semana, renovado e com novos troços , o trilho panorâmico do Tejo entre Vila Nova da Barquinha e Constância.

São 10 km sempre a ombrear o mais caudaloso rio português, com início na Foz do rio Zêzere, com uma vista deslumbtante sobre Punhete, a vila poema com nome ancestral pouco poético, e término no parque da Barquinha. Para ser do contra, o percurso foi feito ao contrário. Transporte de carro até à estação de comboios da Barquinha com espaço para estacionamento de fazer inveja à sua congénere lisboeta. Foi nessa estação quase abandonada mas operacional, preparada com portas e janelas tapadas com cimento contra qualquer ação de vandalismo, que se iniciou o percurso.

Passagem pelo parque ribeirinho, término oficial do trilho, calcorreiam- se campos agrícolas, canaviais que nos abraçam em túneis sombrios, sobreirais que sustentam biodiversidade, zonas escarpadas para o rio cintilante, fontes carentes de água  e cais fluviais cada vez mais distantes das margens. A passagem junto ao castelo de Almourol, com os seus 850 anos de história,  a meia encosta, oferece vistas deslumbrantes, sempre diferentes consoante a direção do sol. O fraco caudal do rio transformou a ilha em península. O convento seiscentista de Nossa Senhora do Loreto, ruinas habitualmente visíveis à distância, constitui um ponto de passagem dos frequentadores do trilho. Edifício que, mesmo tendo sofrido uma terceira reconstrução, e sob proteção militar e etérea, não resistiu à violência lenta dos elementos e da erosão humana. 

O percurso continuou através do leito de cheia, na base da localidade de Praia do Ribatejo, ancestralmente conhecida pelos templários como Paio de Pelle, onde altas e bem equilibradas  chaminés de fábricas devolutas albergam ninhos de cegonhas curiosas com a passagem dos transeuntes. 

A chegada à Foz do Zêzere, pelas 11 horas desse dia 1 de março de 2022 , foi coroada com um concerto de sinos, sirenes e buzinas, em solidariedade para com o povo ucraniano. 

Percurso habitualmente solitário, depois da inauguração passou a registar uma maior utilização por todos os perfis de frequentadores: os passeantes domingueros, com as suas crianças ruidosas e cãezinhos pela trela, caminheiros de fim de semana, praticantes de jogging e até atletas de trail e coloridos ciclista BTT. Todos se saudavam quando se cruzavam: um cordial "bom dia", acompanhado de um sorriso, prática cada vez mais em desuso em meios urbanos. 

O percurso pedestre não é circular, o que levanta problemas logísticos no regresso. No entanto, se o passeio for bem planeado, aparecerá sempre um comboio que nos transporta de regresso ao ponto de partida numa viagem de relaxamento e de prazer.

O Presidente de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, e os seus colaboradores,  estão de parabens. Com esta iniciativa abriu mais o espaço do seu concelho aos seus munícipes, cidadãos vizinhos e até visitantes de outras paragens. Resistiu a implementar passadiços faraónicos, construindo um trilho que evidência as coisas boas da região e aproveita caminhos já estabelecidos pelo calcar do tempo, aqui e ali reforçado com pequenas pontes de madeira, muito bem enquadradas, e singelas mas necessarias obras de sustentação de terras e corrimãos de segurança. 

Uma manhã de carnaval muito bem passada! 

Deixo um link para um excelente guia histórico e turístico do percurso, da autoria de Fernando Freire:

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Caminho de Santiago - dia 7 - 26ago2021 - Caldas del Rei - Cruces/Escravitude - 30,1km




Saída de Caldas del Rei pelas 7 horas a partir da ponte romana, ainda de noite. 

O percurso decorreu com a normalidade habitual, por zonas de densos carvalhais que protegem linhas de água aconchegadas em vales profundos.

Passagem por Padron. A cidade de origem dos famosos e deliciosos pimentos padron e onde atracou o barco que transportou o corpo decapitado de São Tiago, proveniente de Roma, em direcção à  sepultura final no campo das estrelas (campo + estelas = compostela). Cidade com muitos peregrinos mas que não se deixa abafar por eles, como aconteceu em Caldas. A casa de Don Pepe, de visita obrigatória, localizada em frente à igreja, oferece, através do seu proprietário, Don Pepe, simpatia, tapas, bocadinhos e shots de licor de ervas e de café,  suficientes para sustentar mais 10 km de marcha com mochila pesada às costas.

De visita à  igreja de Santiago, em Padron, local onde se encontra em exposicao a pedra (pédron) que prendeu a embarcação que trouxe o apóstolo martirizado de volta  à ibéria, na expectativa de angariar novo carimbo, dirigimo-nos a uma solícita senhora que, dentro da igreja e por detrás de uma enorme secretária, carimbava as cadernetas dos peregrinos. " De onde são ustedes?" ,  questiona. Depois de respondermos, ela, com os olhos mais brilhantes diz "Há muitos portugueses  no Caminho. Vêm  Da Casa" . Sem perceber muito bem, na altura, o significado da expressão, depreendi posteriormente que talvez se referisse à  maior ligacao com o povo  luso do que com os castelhano.

Este foi o maior troço previsto de entre os seis a efetuar, até uma povoação com nome estranho. Conta a estória que um doente que estava no Caminho de Santiago para curar sua hidropisia (doença citada na bíblia,  para dar mais força ao conto), parou na fonte agora enquadrada pela igreja de Escravitude para beber, sendo curado 72 horas depois, sem a intervenção de nenhum médico. Por isso, o homem exclamou "Gracias, Virxe, que me libraches da escravitude do meu mal." Desta forma, este alegado evento  passou a ser parte viva da origem deste santuário, que começou a ser construído graças à carroça de bois que o viajante doou para tal obra, concluída em 1886. O Caminho de Santiago vive  destes contos.

Última albergue da viagem. Casa fantasma, sem staff.  Cheguei, entrei, lavei a roupa, tomei banho, e só algumas horas depois apareceu o proprietário que, simpaticamente, colocou à disposição de todos os ingredientes para o pequeno almoço do dia seguinte e explanou, solícito, os serviços disponibilizados. 

O casal de portugueses e o de alemães seguiram o seu rumo, permanecendo em albergues distintos, sem no entanto conseguirem garantir que não nos iremos encontrar  novamente até Santiago. Ficam os contatos de telemóveis e de correio eletrónico, garante de que a ligação é para manter.

Caminho de Santiago - dia 6 - 25ago2021 - Pontevedra - Caldas del Rei - 24,7 km



Saída do albergue antes do nascer do sol depois de um bom pequeno almoço made by Mercadona. Sala de refeições muito concorrida e que pressupunha grande densidade de caminheiro no próximo troço.

Inicio percurso na companhia da um casal de portugueses e dos amigos alemães já mencionados anteriormente. Dia muito menos quente, talvez pelo aumento da latitude. 

Como previsto, o Caminho de Santiago nos primeiros quilómetros a partir de Pontevedra mais parecia a segunda circular em hora de ponta. Retornaram os grupos barulhentos, principalmente portugueses sem tento na lingua nem no volume. Com o tempo e o passar dos quilómetros  os peregrinos  comecaram-se a dispersar e retomaram   os momentos de paz e sossego. Primeira paragem no sopé de uma colina, num moderno café estrategicamente colocado que acolhia os muitos caminheiro sequisos e famintos.

A cerca de meia dúzia de quilómetros antes da chegada a Caldas del Rei um painel informativo assinalava a entrada num Parque Natural da ria Barosa. Um espaço com um significado diferente daquele que damos às nossas áreas protegidas: nada mais do que uma zona de lazer, florestal, com percursos pedestres, e um Ribeiro esquivo e ameandrado  (uma palavra que, curiosamente não existe no dicionário português, mas no espanhol sim) e que numa determiada zona culmina com um macisso de rocha, transformando se numa cascata bem aproveitada pelos autóctones e turistas.

Chegada ao albergue de Caldas del Rei. Afogueado, depois de mais de 24km,  nunca pensei que a a medição da temperatura corporal para controlo do COVID efetuada pela simpática e jeitosa rececionista da estância pudesse registar somente 36°C. 

Passagem pelo tanque de lavagem com água termal e pelo ritual de escaldar os pés. Experiência curiosa onde não só os caminhantes acalmam as suas dolorosas bolhas mas também  onde autóctones tomam banho. Não conseguindo descobrir o local onde a água quente entra no grande tanque, presumi que a alta temperatura se deveria às fogosas meninas que, com os seus fatos de banho de dimensões tímidas, aqueciam o ambiente...

Jantar Internacional com portugueses e alemães, degustando tapas espanholas, ao estilo partilhado dos restaurantes chineses.

domingo, 28 de novembro de 2021

Caminho de Santiago - dia 5 - 24ago2021 - Arcade de Riba - Pontevedra - 14,5 km


Arcade até Pontevedra. Um dos troços mais curtos o que daria para, quase a meio do  caminho,  restaurar as forças, não fosse o facto deste dia ser o mais quente do período.


A fase inicial, logo após saída de Arcade, inicia-se uma subida declive significativo. Locais estratégicos para  vendedores ocasionais se posicionarem, oferecendo fé concentrada em magnetos, bebidas frescas e um carimbo na caderneta. 

O pavimento em laje de pedra evidencia o desgaste pelo tempo, com sulcos de carroças da idade média e quiçá de quadrigas romanas. Temos a sensação que, neste local,  poderíamos estar a caminhar lado a lado com um legionários romano a caminho de Astorga  ou com um frade da idade média em peregrinação a Santiago. Até a vegetação envolvente é  muito semelhante àquela que eles veriam, exceto os eucaliptos e acácias, naturalmente. 😉



Mais uma vez durante o percurso foi evidente, a par da sinalética habitual do caminho de Santiago, setas pintadas a azul indicando o sentido contrário ao que seguíamos. Se bem que uma das explicações para este sinal seria o resultado de uma ação subversiva perpetrada por negacionistas do caminho de Santiago, concluiu-se que indicam simplesmente o caminho para Fatima, a grande concorrente portuguesa do apóstolo mártire, no que respeita a peregrinações naturalmente. 😁



A cerca de 7km de Pontevedra aparece alguém montado numa motorizada. Um galego pequenino com bigode farfalhudo, cara simpática e capacete na cabeca. Pára e chama alguns peregrinos.
- No te preocupes, no quiero venderte nada. Solo quiero informarles que más adelante hay una bifurcación en el camino. Vai à la izquierda que es más agradable.Y cuidado que hoy es una punheta de dia mui caliente. 
Os poucos portugueses do pequeno ajuntamento entreolharam-se com ar comprometido. E quando o nosso informador turístico deu meia volta, cavalgando a moderna motoreta, verificámos através do seu material e equipamento que era, nem mais nem menos, que o carteiro local.



Chegada a Pontevedra, a um moderno albergue à espera dos caminhantes, ainda a tempo de visitar o interessante centro histórico onde edifícios centenários aninham lojas da Calzedonia, de venda de telemóveis e restaurantes fastfood.

Reencontro no mesmo albergue com um casal alemão, com idades próximas dos 70, também presentes no albergue anterior e com os quais se efetuaram diversos contatos durante o percurso. Provenientes do Porto,  estavam maravilhados com as paisagens e o acolhimento dos portugueses e com as deliciosas  refeições lusas "por 9 euros".

O percurso chegou a meio com cerca de 55km já percorridos.

Marrocos abortado


Decidido. No final de Novembro viajarei  para Marrocos. A oportunidade de visitar as duas últimas cidades imperiais marroquinas que  faltam: Fés e Meknès.

Consulta da app da Ryanair. 19,90 euros ida e volta a partir de Lisboa, para Fès, antiga capital Marroquina. Um achado. Mais barato que a viagem de comboio até ao aeroporto. Comprado!! 

Sendo a cidade do mundo,  com o maior labirinto construído, onde não circulam viaturas, irei privilegiar a visita à Medina de Fés, várias vezes capital marroquina e fundada no século IX. E associando o útil ao agradável, o alojamento será numa casa tradicional no centro daquela antiquíssima e caótica urbe: Riad Dar Layali Fez


Feito! 4 dias numa das mais interessantes zonas de Marrocos, por pouco mais de 70 euros, incluindo viagem aérea e estadia com pequeno almoço. 

Inicia-se então o pesadelo. O nosso amigo Sars-COV2 obriga as autoridades magrebeanas a exigir aos visitantes, para além do extenso e habitual formulário sanitário do viajante, também um teste PCR, e posteriormente a obrigação de exame médico, visual e teste antigénio, no aeroporto. Esta brincadeira dos testes simplesmente duplicava o preço da viagem. Feitas as contas, pelo preço resultante, ainda era um achado, apesar de, entretanto, o valor da viagem ter reduzido 50% (sim,  um voo de Lisboa a Fés, ida e volta, baixou para 10 euros)

Na semana da partida, uma constipação mal curada apresentou sintomas semelhantes à COVID. Brufens e anti-histamínicos não foram suficientes para debelar a maleita. Teste COVID prescrito pela médica do centro de saúde deu negativo. Mas na véspera da viagem os sintomas mantinham-se. E para evitar incomodar os passageiros e as solícitas  comissárias de bordo, e também para não fazer de turista zombie com uma carraspana ás costas, cancelei a viagem. Fiz bem porque, como se vê pelas condições de check in (que  apesar de tudo efetuei), qualquer passageiro que se apresente na porta de embarque a disparar espirros e  germens da glote é imediatamente aplacado e transportado para o hospital mais 
próximo (que, a propósito, até é o Júlio de Matos...). 


 

(não serão estas exigências inconstitucionais???... 😒 )

Conclusão: uma não-viagem, cheia de peripécias que, após cancelamento da reserva do Ryad (resignadamente e de forma simpática aceite pelos proprietários) e da marcação do teste PCR, ficou por uns módicos 19,90 euros. 

Fica na lista de espera, para um futuro próximo.  ✋